"Não defendo nenhum dos meus indícios terrestres separadamente, como também não defendo nenhum dos meus versos nem das minhas horas isoladas: o importante é o conjunto. Não defendo sequer o conjunto dos meus indícios terrestres, defendo apenas o seu direito à existência, e à verdade - a minha." Marina Tsvietaieva
quarta-feira, 15 de agosto de 2018
A minha vida é o mar o abril a rua
O meu interior é uma atenção voltada para fora
O meu viver escuta
A frase que de coisa em coisa silabada
Grava no espaço e no tempo a sua escrita
Não trago Deus em mim mas no mundo o procuro
Sabendo que o real o mostrará
Não tenho explicações
Olho e confronto
E por método é nu meu pensamento
A terra o sol o vento o mar
São a minha biografia e são meu rosto
Por isso não me peçam cartão de identidade
Pois nenhum outro senão o mundo tenho
Não me peçam opiniões nem entrevistas
Não me perguntem datas nem moradas
De tudo quanto vejo me acrescento
E a hora da minha morte aflora lentamente
Cada dia preparada
Sophia
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